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sexta-feira, 13 de junho de 2025

 Causas da ascensão da extrema-direita ou como o fascismo pode ser combatido

Com a Direita que temos mais o social-liberalismo conhecido dantes como social-democracia ou Trabalhismo, a extrema-direita conhecida como fascismo, nazismo, salazarismo, etc., etc., não precisa de abolir as eleições, porque o chamado pluralismo são eles todos e somente. Instala-se tranquilamente nas cadeiras do poder, negoceia acordos. Nesta altura do campeonato apenas agride mais servindo-se de bandoleiros, vagabundos e polícias à paisana, mas é uma diferença de grau. Proibir manifestações de rua e dar cacetadas? Já o fazem na França democrática. Censura às artes? também já a vemos sem protestos pela Europa que já foi Iluminista e até toca a Nona de Beethoven quando se celebra como União Europeia. Polícias que policiam a liberdade de expressão? igualmente já nos acompanham a mando de liberais e sociais-democratas desde a guerra a leste pelo menos. É tudo uma diferença de grau.
Por conseguinte não basta dizer-se democrata para se diferenciar da extrema-direita e, sobretudo, combatê-la. O fascismo não é um filho bastardo destas democracias plutocráticas e nunca o foi. Basta saber quem financiou Mussolini, Salazar, Franco, Hitler....e o Chega.
Não basta não.
Não serve isto que afirmo para diminuir a perigosidade da extrema-direita, com o fito de acalmar os medos, Não. Serve para lembrar (se é que têm consciência disso, como dizia o Filósofo acerca do papel da Ideologia) que é preciso cavar trincheiras bem fundas que cheguem bem perto das raízes do capitalismo decadente, guerreiro, imperialista, opressor de povos e países mais fracos. Não advogo Frente Populares por meio de coligações formais (onde termina a Esquerda em Portugal?). Desejo o mesmo que muitos mais, senão todos os progressistas : uma vontade una, comum, de forçar o PS a colocar a si mesmo políticas de esquerda, para as massas trabalhadoras, estejam elas alienadas ou não. Políticas que rompam com o papel que o PS tem desempenhado na nossa historia recente e que propiciou a formação de um partido dirigido por fascistas. Propiciou sim, não porque o quis ou apoiou, mas porque aplicou enquanto governo, políticas que provocaram as condições sociais e, portanto, psicológicas, para o advento de uma direita triunfante e vingativa. Permitiram, enquanto governo, que os "mídia" vomitassem calúnias, mentiras, discursos de discriminação de etnias. Ouviram. viram e assobiaram para o lado. Unidade sim, contra o fascismo, por Abril da Revolução, no qual não se encontrou nunca Mário Soares, bem pelo contrário, e seus parentes e seguidores. Se atualmente nos confrontamos com o revanchismo da extrema-direita a esse lado direito da história o devemos. Não está António Costa apoiando todos os desmandos, para não dizer loucuras, dos pequenos ditadores de Bruxelas, com realce para essa mulher histérica (no sentido que Freud utilizou)? Não tem sido esta UE (e só há esta!) que favoreceu, pelas suas políticas de austeridade para os trabalhadores, a ascensão das extremas-direitas? Onde se encontra a esquerda e a democracia nos grupos de Bruxelas?
Para vencer o fascismo é necessário e urgente educar politicamente (e culturalmente!) a classe trabalhadora e as camadas intermédias de assalariados e pequenos burgueses. E somente se educam se eles virem os efeitos benéficos, concretos, de outras políticas que resolvam a curto prazo os problemas e dificuldades que os amarguram, desesperam, encolerizam. Se quisermos fazer de um ser humano naturalmente bom, um ser humano mau, odiento, invejoso, reacionário, violento, crendo em inimigos imaginários ou inocentes, continuemos com as mesmas políticas, a cargo tanto da Direita pura e dura, como de um PS que continua a atraiçoar as promessas que Abril semeou.
Entretanto, não se me antolha que se combate a Direita "normal" e a sua criatura extremista com iniciativas táticas que isolam em lugar de nos fortalecer. Falar para dentro é uma política suicidária.
Podemos (e devemos) denunciar as raízes dos males sem que nos deixemos conduzir por tácticas isolacionistas ou voluntaristas, muito mobilizadoras provavelmente dos fiéis mas incompreensíveis para as massas trabalhadoras, sejam estas de operários e outros assalariados produtivos, sejam elas de pequeno burgueses intelectuais ou simplesmente comerciantes. O momento encerra elevadíssimos perigos (alguns já se manifestam em políticas concretas) e, portanto, exige-se "nadar no meio do povo como peixes na água".
José Augusto Nozes Pires -12 e 13 de Junho 2025

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